LÁGRIMAS DE UM REI.

(O primeiro) (Versão em poesia)

Victor Carvalho
2 min readMay 18, 2024

Eu poderia afirmar, jamais deixaria
Você sussurrar meu nome aos destruidores de alma,
Mas aqui estou, como rei, a chorar e um falso sorriso,
Pela queda de um plebeu, tão dolorosa e calma.

Nada mais posso fazer, uma queda tão triste,
Promessas de partida, jamais esperaria,
Sou estúpido, imaturo, minha ferida persiste,
Por que tanto tempo essa dor não alivia?

Um desconhecido se foi, algo ficou,
Palavras ditas, “te amarei eternamente”,
Minha última promessa até hoje ecoou,
Que sentimento duradouro, incrivelmente seu.

Precisaria tanto assim de um último beijo?
Acho que sim, manter as aparências,
Um falso sorriso à população, sem desejo,
Meu reino saqueado, sem mais resistências.

Um toque em câmera lenta, tudo poderia mudar,
Chorando, encaro o céu, Saturno reluzente,
Eu o amo, quero-o mais uma vez a brilhar,
Reerga suas vestes, nos anéis dançaremos contente.

Se disse que me amava, por que então foi embora?
Rolando sobre meu sangue, só você me arrasta,
O vermelho cresce, em aperto, a cada hora,
Eu poderia sobreviver, mas jamais esquecer.

Seja justo e me cure, do que achava não fui metade,
Nesse grande conflito, mais rápido perdi,
A Guerra Anglo-Zanzibari, foi a realidade,
Quarenta minutos bastaram, aqui sempre te vi.

Guarde em sua memória meus últimos momentos,
Reviva a árvore escolhida, nosso refúgio querido,
Sempre soube da maldição, meus tormentos,
Mas jamais pensei ver nossos laços rompidos.

Sou inocente, culpo a maldição,
Que nem mais me olha nos olhos,
Como poderia ser possível, essa aflição?
Meus planos falham, escolhas de tolos.

Portas em labirintos fecham-se ao redor,
Seu último beijo prevaleceu, guia meu coração,
Sou um rei, não preciso mais de um amor,
Apenas a saída dessa eterna prisão.

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