O Departamento Das Estrelas Mortas: Contos Das Carpas Yin Yang

Taylor Swift e seu Cardigan ensinam-me a amar desta forma tão bela.

Victor Carvalho
27 min readMay 10, 2024

Uma nova ERA, novos contos, poesias escarlates, resplandecer de um novo amanhã, ERA YIN YANG, Carpas unidas, Lua e Mar.

13 Faixas + 1 faixa bônus. Dentro das faixas haverá músicas a serem recomendadas para que enquanto você realize a leitura, tenha uma experiência completa.

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01| Um encanto (Contos Das Carpas Yin Yang)

Um conto

Eu estive aqui recitando todas as manhãs deste verão, completamente encantado ao te conhecer. Como uma prece que sempre roguei aos deuses, você veio, seu nome marcado em mim como uma tatuagem. Por favor, não tenha ninguém a te esperar; nunca tenha que ir embora para longe de mim, pois teremos uma longa vida juntos.

Sem você, eu me sentiria perdido, sem rumo. Traga-me flores esta noite e, por favor, não parta sem mim. Seremos eu e você para todo o sempre, como nos versos que dediquei a ti. Fique, e as canções da Miss Americana eu lhe mostrarei, assim como as estrelas do céu que só a ti pertencem, todas a conquistar, com todas as vozes.

Lembro de todos os momentos que compartilhamos, um sentimento que me rejuvenesce. Dois garotos que se amam, um amor que acalma, uma imaginação fértil sempre formando sua figura à minha frente. Com nossos corações aflorados, somos como dois peixes nadando em sincronia, o conto das carpas, Yin Yang, lua e mar se complementando. Isso poderia estar realmente acontecendo agora?

Entrego a você meu coração, minha coroa, transformando-o no rei do meu coração. Teremos então uma longa vida, magia a se espalhar por todos os lugares.

Nem os maiores contratempos do mundo poderiam parar meu coração de bater por ti. Sua face tornou-se minha mais bela realidade, e eu me lembro de tudo muito bem. Transformo aquela bela canção de 10 minutos nas mais lindas poesias para te oferecer. Diante desta era que se aproxima, estamos mergulhando em nossos próprios corações para nos unir. E todas as vezes, Saturno me disse: “Este é com quem irás casar”.

Poesia

Recitei todas as manhãs deste verão,
Completamente encantado ao te conhecer.
Como uma prece aos deuses, tu vieste,
Teu nome marcado em mim, como uma tatuagem.

Por favor, não tenhas ninguém à tua espera,
Nunca partas para longe de mim,
Pois teremos uma longa vida juntos,
Eu e tu, para todo o sempre, assim.

Sem ti, eu me sentiria perdido, sem rumo,
Traga-me flores esta noite, por favor,
E não partas sem mim, não,
Seremos eu e tu para todo o sempre.

Lembro de cada momento que compartilhamos,
Um sentimento que me rejuvenesce,
Dois garotos que se amam,
Um amor que acalma, que me aquece.

Com nossos corações aflorados,
Somos como dois peixes em sincronia,
Yin Yang, lua e mar se complementando,
Isso poderia estar acontecendo agora?

Entrego-te meu coração, minha coroa,
Transformando-te no rei do meu ser,
Teremos uma longa vida juntos,
Magia espalhada por onde quer que possamos ir.

Nem os maiores contratempos do mundo,
Poderiam deter meu coração de bater por ti,
Sua face tornou-se minha mais bela realidade,
E eu me lembro de tudo muito bem.

Transformo aquela bela canção de 10 minutos,
Nas mais lindas poesias para te oferecer,
Diante desta era que se aproxima,
Estamos mergulhando em nossos próprios corações para nos unir.

E todas as vezes, Saturno me disse:
“Este é com quem irás casar”.

02| Entediado (Um conto + poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “Bored” de Billie Eilish.

Um conto

Estou afundando no sofá desta sala cinza, a graça abandonou minha vida. Hoje, não há mais emoções para serem demonstradas. Meus amigos enfim notaram, estou triste novamente, entediado, meus pulsos se tornaram um alvo fácil, borboletas desenhadas não são mais o suficiente para mantê-lo longe de mim. Deixem-me apenas refletir sobre a triste vida que passa diante de mim na TV. Meus sentimentos passados são escancarados. Que desespero! Um inocente que mantinha máscaras, escondendo-me, e sim, eu seria o grande erro nesse grande jogo. Talvez lá fosse meu lugar. As apresentações daquele que sempre se manteve aqui começam agora. As canções parecem acalmar minha alma, mas será isso o capaz de me manter sã?

Entediado, meu quarto se torna apenas uma prisão em uma guerra constante entre eu e meus demônios. Meus olhos ainda mantêm o mesmo brilho, um brilho que disfarçará meus tentáculos para te sugarem. Minha energia já não me mantém mais. Serei eu um obsessor meio vivo? Acho que sim.

Mas, meu bem, eu sou o problema. Sempre serei eu. Caos generalizado agora instaurado em tudo ao meu redor. Um grande abraço ao Mr. Golden.

Poesia

Estou afundando no sofá desta sala cinza,
A graça abandonou minha vida, tudo se esvai.
Hoje, não há emoções para serem demonstradas,
Tristeza me consome, estou entediado, isolado.

Meus amigos finalmente notaram, estou triste novamente,
Meus pulsos se tornaram alvos fáceis, um tormento latente.
Borboletas desenhadas já não são suficientes
Para afastar os demônios que me assombram incessantes.

Deixem-me apenas refletir sobre a vida triste
Que passa diante de mim na TV, uma realidade que persiste.
Meus sentimentos passados escancarados,
Um desespero profundo, um vazio inominado.

Um inocente que mantinha máscaras, escondendo-se,
E agora, o grande erro nesse jogo, isso me convence.
Talvez meu lugar seja lá, entre os condenados,
As apresentações do meu eu verdadeiro começam agora, aos desesperados.

As canções parecem acalmar minha alma,
Mas será que isso é suficiente para manter-me na calma?
Entediado, meu quarto torna-se uma prisão,
Nessa guerra constante entre eu e meus demônios, sem solução.

Meus olhos ainda mantêm o brilho,
Mas escondem os tentáculos que querem te sugar, em sigilo.
Minha energia já não me mantém, estou exaurido,
Seria eu um obsessor meio vivo? Eu já estou perdido.

Mas, meu bem, eu sou o problema,
Sempre serei eu, nesse dilema.
Caos generalizado instaurado ao meu redor,
Um grande abraço ao Mr. Golden, ao meu próprio terror.

03| Eu te amo (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “I Love You” de Billie Eilish.

Um conto

Seria eu apenas uma casca, um corpo vazio, um vaso que guarda apenas cinzas, algo que um dia foi queimado e carbonizado, restando apenas cinzas ao próximo usuário. O fogo pode sim ser perigoso, pois aqui uma fênix já existiu, mas assim como o amor que me foi dado, ela se foi para longe de mim.

Um “eu te amo” que vale mais que mil facadas em meio a dar. Me diga que você nunca quis me dizer isso, me conte seus segredos, que em meio a eles você se enganou, uma mentira ou uma brincadeira de mal gosto. Meu bem, ninguém nunca me amou e nunca me amará da forma certa, porque não se pode acalmar uma tempestade. O Tornado dos Três Estados não foi parado por um homem, a natureza se move por si só.

Eu não poderia te amar em meio às turbulências que contornam minha vida. Meus olhos estão cansados, suplicando por um descanso em meio a tudo isso. Por você ainda me mantenho, mas jamais direcione um “eu te amo” a mim. Isso seria algo que jamais poderei aceitar. O que um dia já foi aceso e apagado com tanta violência não busca brilhar novamente por medo de uma revolta a ti novamente.

Incertezas assolam meus pensamentos, não me reconheço como antes. Não se aproxime novamente de mim, mantenha-se longe de mim, um parasita ambulante. Seu “eu te amo” não será mais o suficiente, apenas me deixe. Não busco mais sua companhia.

Tentativas que não foram bem sucedidas, então vamos parar de chorar. Chances nos foram dadas, mas apenas as lançamos aos lobos e deixamos tudo se destruir. Não me diga mais que me ama, não direcione essas palavras a mim. Com um falso sorriso estampado em meu rosto, seguirei rumo ao meu destino, rumo à minha casa em chamas, onde minhas cinzas repousam. Descansarei eternamente, mas em meu peito, o meu “eu te amo” nunca dito ainda permanece.

Poesia

Seria eu apenas uma casca, um corpo vazio,
Um vaso que guarda apenas cinzas, um desafio.
Algo que um dia foi queimado e carbonizado,
Restando apenas cinzas ao próximo usuário, um fardo pesado.

O fogo pode sim ser perigoso,
Pois aqui uma fênix já existiu,
Mas assim como o amor que me foi dado,
Ela se foi para longe de mim, tudo se perdeu.

Um “eu te amo” que vale mais que mil facadas em meio a dar,
Me diga que você nunca quis me dizer isso,
Me conte seus segredos, que em meio a eles você se enganou,
Uma mentira ou uma brincadeira de mal gosto, um desvario.

Meu bem, ninguém nunca me amou
E nunca me amará da forma certa,
Porque não se pode acalmar uma tempestade,
O Tornado dos Três Estados não foi parado por um homem,

A natureza se move por si só, é um tormento.
Eu não poderia te amar em meio às turbulências
Que contornam minha vida, meus olhos estão cansados,
Suplicando por um descanso em meio a tudo isso, um abalo.

Por você ainda me mantenho,
Mas jamais direcione um “eu te amo” a mim,
Isso seria algo que jamais poderei aceitar,
O que um dia já foi aceso e apagado

Com tanta violência não busca brilhar novamente
Por medo de uma revolta a ti novamente,
Incertezas assolam meus pensamentos,
Não me reconheço como antes, é um lamento.

Não se aproxime novamente de mim,
Mantenha-se longe de mim, um parasita ambulante,
Seu “eu te amo” não será mais o suficiente,
Apenas me deixe, não busco mais sua companhia,

Tentativas que não foram bem-sucedidas,
Então vamos parar de chorar, de viver iludidas.
Chances nos foram dadas, mas apenas as lançamos aos lobos,
Deixamos tudo se destruir, deixamos os sonhos em frouxos.

Não me diga mais que me ama, não direcione
Essas palavras a mim, com um falso sorriso estampado
Em meu rosto, seguirei rumo ao meu destino,
Rumo à minha casa em chamas, onde minhas cinzas repousam.

Descansarei eternamente, mas em meu peito,
O meu “eu te amo” nunca dito ainda permanece,
Uma chama que se apagou, mas que não esmorece,
Um lamento silencioso em meu coração desfeito.

04| Sr. Perfeitamente Bem

Ao cair das folhas, na estação do outono,
Que grande pecado, nós dois, destino entrelaçado.
Sr. Perfeitamente bem, prometa que ficaremos bem,
Em todas as vezes, brigas serão só emoções a se apagar.

Lindos em ternos, como te mostrei semana passada,
Tu, Sr. Perfeitamente bem, eu, Sr. Te amarei por toda a eternidade.
Pois, amor, é extraordinário, meus olhos dilatam ao te ver,
E o frio na barriga, ao te tocar, ao te beijar, é só prazer.

Sr. Perfeitamente bem, teu sorriso brilha mais que quasar,
Nunca diga adeus, eu, o eterno Sr. Morto sem ti, a vagar.
Nesta jornada arriscada, mas está tudo certo, meu garoto,
Pois és o cavaleiro, meu príncipe, a me salvar do escuro.

Pelos tempos infinitos, Sr. Te Amarei Pelo Resto Da Minha Vida,
Por todas as canções e versos desta nossa história.
Como em contos de fadas, sem miséria, sem dor,
Pois és meu Sr. Perfeitamente Bem, és meu amor.

05| Eu odeio a minha própria vida (Um conto + Poesia)

Um conto

Você já teve déjà vu quando digo que quero acabar com minha própria vida?

Desculpas a mim mesmo, digo, desculpas por tudo aquilo que nunca me foi permitido. Que grande desordem tudo aqui se tornou, uma vida limitada, mas que trágico. Ligo para meus amigos, eles dizem que nada disso é culpa minha, mas minha sexualidade não seria apenas uma escolha?

Odeio como me sinto, uma insatisfação que não me permite mais viver. Eu odeio minha própria vida, sigo sendo uma planta inútil, respirando, desperdiçando um tempo que não é meu. Desculpa, mas quando foi que eu pedi para vir ao mundo? Que grande injustiça.

Mas na realidade, está tudo bem agora, tudo se tornou uma verdade absoluta para mim. Vejo a quem guardar em meu peito e quem apenas me traz tormentos. Posso enfim partir junto à minha querida luz que um dia também me deixou, Francisca, meu amor, eu te amo de julho ao infinito do meu coração.

Observo o céu, tão longe e tão perto de mim. Amo as alturas que me fazem pensar em despencar, como um simples porco ao abate. Mando mensagem novamente, se eu sou tão valioso, por que ninguém nunca fica junto a mim por muito tempo? Apenas, por favor, não se importem com minha partida, me ouçam, me abracem enquanto ainda estou aqui.

A escuridão me abraça e apenas as lembranças felizes ao lado de minha verdadeira família me confortam. Não chame meu irmão, ele é belo e não pode se tornar feio ao chorar. Que desculpas ligeiras, sem data e sem avisos. Vou me despedir sutilmente, me desculpe mais uma vez.

Poesia

Já teve um déjà vu ao me ouvir dizer
Que destruir minha vida eu quero?

Desculpe a mim mesmo, vejo
As correntes do que nunca quis viver

Que grande desordem se fez
Uma vida limitada, trágica sina
Amigos dizem, mas quem me ouve?
Será que minha sexualidade eu escolhi?

Odeio esta insatisfação que me consome
Minha vida, um fardo inútil que arrasto
Respiro, desperdiço um tempo que não me é dado
Quando pedi eu para estar neste mundo?

Que grande injustiça eu sinto
Mas agora está tudo bem, verdade se fez
Sei a quem guardar, quem traz tormento
Partirei junto à luz que um dia me aqueceu

Francisca, meu amor, julho ao infinito
Te amo, minha doce avó
Observo o céu, tão longe, tão perto
Amo a altura que me faz pensar em despencar

Mando mensagem, sou valioso para você, não?
Por que ninguém permanece a meu lado?
Não se preocupem com minha partida
Apenas, por favor, enquanto aqui estou, me abracem

A escuridão me abraça, conforto em memórias
Ao lado da família que verdadeira se fez
Não chame meu irmão, belo em seu pranto
Irei sutilmente, me desculpe mais uma vez.

06| Mas, mãe, eu o amo

Um simples garoto, com um coração a bater,
Do sul ao leste, linha que tudo cruza, meu viver.
Esqueço os bons momentos, só me resta a raiva a ferver,
Memórias vividas, futuros planos ao seu lado, tudo se foi.

Quando gritei à minha figura materna,
“Ele é meu homem, teremos um filho”,
Você partiu, o aborto espontâneo atingiu meu corpo,
O sangue que escorre, carrega nossas memórias, nossos sonhos.

Mantive-me esperto, preparado para a dor perpetua,
Você me ensinou a viver sem ti, mesmo estando juntos,
Um eterno fracassado, sozinho no altar que você nunca chegou,
Nem uma aliança para firmar nosso compromisso, apenas algo figurativo.

Um passe livre para quebrar meu coração,
Um expresso Vip dado para dentro de meu peito,
Meu mundo despedaçado, de ponta a ponta escancarado,
Nossas fotografias, um aviso estampado, como monstros a se aproximar.

Mostrei ao mundo o meu amor por você,
Mas e você? O que fez desde nossa ilusória união?
Mãe, eu amo, mais do que a mim mesmo eu te amei,
Seus sorrisos, falsos como todas as outras coisas.

07| Pega Leve Comigo (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “Easy On Me” de Adele.

Um conto

Existe muito joio em meio ao trigo nesse vale. Quando um para sempre é dito com palavras que perfuram meu peito, fazendo-me acreditar em um mundo mágico, isso seria considerado um crime? E quando finalmente atingir o auge da minha vida, você estará lá comigo, amor?

Seria muita informação para absorver se um dia você voltar. Sua partida repentina não deixou nem mesmo um aviso prévio. Quando se é adolescente, você se torna vulnerável ao mundo muito rápido. Pegue leve comigo, amor.

Um passado que pode contaminar, sem chances para uma fuga daqui. Vamos apenas com calma. Uma vez, já peguei fogo por um amor tão ardente e perigoso quanto as tempestades que assolam sua vida.

Seria então uma criança aos 15 anos? Sem o direito de saber quem eu era, sem a mínima chance de apoio. Um amor condicional, levado e movido pelos interesses de quem apenas “quer manter as aparências”. Que vida fácil a minha.

Olhe em meus olhos, enxergue aquilo que me assombra. Uma chance apenas. Observe-me e veja quantas vezes já fui destruído. E, por favor, ame todas as versões de quem eu já fui. Pegue leve comigo, amor. Seria difícil sem você aqui comigo.

Querido, guerras nucleares são permitidas quando as duas chaves da morte são ativadas. Um consenso igualado a caminho de uma derrota sem fim. E enquanto sou morto, se revela ao mundo que o amor, a mais joio do trigo em meio a gente, é uma pena.

Poesia

Nesse velho vale existe muito joio, em meio ao trigo que persiste.
Quando um para sempre é dito, palavras que perfuram,
Meu peito, acreditando num mundo mágico,
Isso seria um crime, um pecado tão trágico?

E quando atingir o auge da vida,
Você estarás, amor, ao meu lado na subida?
Seria demais absorver se um dia voltar,
Tua partida repentina, sem aviso, sem dar me dar um lugar de fala.

Quando se é adolescente, a vulnerabilidade é certa,
Pegue leve comigo, amor, nessa estrada incerta.
Um passado que contamina, sem chance de fuga,
Vamos com calma, sem pressa, sem falhar desta vez.

Uma vez, ardi em chamas por um amor,
Ardente e perigoso, como as tempestades de dor mais perigosas.
Seria então uma criança aos quinze anos?
Sem direito de saber quem eu era, sem planos.

Um amor condicional, movido por aparências,
Que vida fácil a minha, sem suficiência.
Olhe em meus olhos, veja o que me assombra,
Uma chance apenas, ame todas as formas, esse é o meu decreto.

Observe-me, quantas vezes fui destruído,
Pegue leve comigo, amor, em cada sentido.
Seria difícil sem ti aqui, ao meu lado,
Nas batalhas, nas lágrimas, o meu coração dilacerado.

Querido, guerras nucleares apenas são permitidas,
Quando as chaves da morte são ativadas, na mesma medida.
Um consenso igualado a uma derrota sem fim,
E enquanto sou morto, ao mundo se revela, enfim.

Que em meio ao trigo, o joio sempre se levantará como uma praga a rogar sobre mim.

08| Uma guerra dentre dois inocentes (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “Skyfall” de Adele & “How Did It End?” de Taylor Swift.

Um conto

Juntos, desde a queda dos céus sobre nossas cabeças, persistimos em algo sem futuro. O que seria de um casal sem uma terra para segurá-los? Faces que temem a queda, e quando tudo isso acabar, será que o amor será suficiente para eu não matá-lo? Não posso garantir que estarei aqui quando tudo estiver desabando em nós. Todas as vezes que nossa queda se tornou realidade, minhas pernas sempre fraquejaram primeiro. Como foi que terminamos assim? Minha mente se perdeu de forma tão distante. De norte a sul, eu percorri, mas o céu ainda assim caiu sobre mim. Todas as vezes, as cavernas não conseguem esconder o cheiro do medo, uma energia que se espalha desde o nascer da vida até o meu tremor, um medo da nossa queda.

Passos maiores que nossas próprias pernas, escorregamos e não podemos mais nos levantar. Nem mesmo diante de nossos piores inimigos conseguimos nos sustentar. Nem isso seria capaz, uma dança mal interpretada, passos distintos, não mantemos uma sincronia.

Línguas diferentes, do português ao inglês, não possuímos uma tradução em nosso entendimento mútuo. Seria por isso toda essa guerra? Não podemos atravessar os mares desse lamento, mas tudo poderia ser resolvido com uma balsa para nos salvar. Que burrice a minha.

A autópsia de nossos corpos não consegue solucionar nosso caso perdido. Quem trará flores? Minha última esperança de um mundo vívido realmente se foi comigo. Um velório eterno, não suportamos o peso do céu caindo sobre nós. Então, este é o nosso fim? Como chegamos até aqui? O fim.

Poesia

Juntos, desde a queda dos céus sobre nós,
Persistimos em algo sem futuro, sem voz.
O que seria de um casal sem uma terra para segurá-los?
Faces que temem a queda, e quando tudo isso acabar,

Será que o amor será suficiente para eu não matá-lo?
Não posso garantir que estarei aqui quando tudo estiver desabando em nós,
Todas as vezes que nossa queda se tornou realidade,
Minhas pernas sempre fraquejaram primeiro, é a verdade.

Como foi que terminamos assim?
Minha mente se perdeu de forma tão distante, sem fim.
De norte a sul, eu percorri, mas o céu ainda assim caiu sobre mim,
Todas as vezes, as cavernas não conseguem esconder o cheiro do medo,

Uma energia que se espalha desde o nascer da vida até o meu tremor,
Um medo da nossa queda, um terror.
Passos maiores que nossas próprias pernas,
Escorregamos e não podemos mais nos levantar, é uma guerra interna.

Nem mesmo diante de nossos piores inimigos conseguimos nos sustentar,
Uma dança mal interpretada, passos distintos, sem ritmo para nos guiar.
Línguas diferentes, do português ao inglês,
Não possuímos uma tradução em nosso entendimento mútuo, é uma carência.

Seria por isso toda essa guerra?
Não podemos atravessar os mares desse lamento, uma terra que não se encerra,
Mas tudo poderia ser resolvido com uma balsa para nos salvar,
Que burrice a minha, não conseguir ver, enxergar.

A autópsia de nossos corpos não consegue solucionar nosso caso perdido,
Quem trará flores para este amor mal resolvido?
Minha última esperança de um mundo vívido
Realmente se foi comigo, um destino sofrido.

Um velório eterno, não suportamos o peso do céu caindo sobre nós,
Então, este é o nosso fim, como chegamos até aqui, sem voz?
O fim, uma despedida, um adeus,
Um capítulo encerrado, um destino que nos venceu.

09| Príncipes encantados (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “I Drink Wine” de Adele.

Um conto

As histórias dos príncipes encantados eram fantasias contadas e mostradas às pessoas de grande imaginação. Minha vida nunca mais seria a mesma após uma grande desilusão. Um bloqueio seria mesmo o ideal? Sacríficos desconsiderados, afinal, um belo copo de vinho pode resolver tudo.

Pensava que poderia contar nossa história aos nossos futuros filhos, um futuro que existia apenas para mim. Fiquei tão limitado a tudo isso que jamais pensei em minha própria vida. Uma desilusão sem igual, pois eu te amava, mas isso não poderia segurá-lo a mim. Mas tudo o que era para ser tentado, eu tentei, sem jamais desistir de você, mesmo quando fui inocente ao acreditar em mentiras mal contadas.

Quando se é criança, um dia fui, tudo pode parecer alegre. Mas quando a dor bate à porta e o ceifador aparece, as máscaras se tornam a opção mais fácil. Quando o amor, se é que existiu por uma das partes, tudo ainda pode ser salvo. Mas eu me enganei, nada nunca será mais como antes. Seria bom você saber que minha antiga versão, aquela que te amava, estava tentando. Ela sempre tentou, mesmo quando era afastada. Sempre retornava a ti como uma criança a correr para os braços do pai, sempre te amando. Que sacrifício bobo.

Sempre obcecado por aquilo que não posso manter junto a mim, nunca poderei ser livre de fato enquanto meus pés ficarem presos e limitados ao seu mundo cinza. Essa vida não é minha e nunca foi.

Quadros podem ser pintados pelos melhores na arte, mas de péssimos corações, poderiam valer de algo? O fogo não pode ser combatido com fogo, nunca foi e nunca será assim, senão a água não poderia existir.

Aquele capítulo anterior a este, onde faíscas de fogos de artifício saíam do meu sorriso ao te observar, agora apenas vejo tudo se destruir. Essa história mal contada deixa feridas que não podem, jamais, serem fechadas. Agora, nessa sala lotada de nossos sentimentos, não conseguimos mais sequer olhar nos olhos um do outro. Que grande complicação trágica.

Mas meu único desejo foi e sempre será, em meus sonhos, te amar de graça, sem que leve minha alma. Quando se oferece o meu coração, nada mais a minha mente se passa. Sua figura está presente, mas seu amor pertence a outra pessoa. Um tempo que confunde minha vida. Siga sem mim, dessa vez, nessa vida, não poderei ser eu a te acompanhar.

Poesia

As histórias de príncipes encantados
Eram fantasias para os de grande imaginação.
Minha vida mudou após uma desilusão,
Um bloqueio parecia o ideal,
Sacrifícios desconsiderados,
Um belo copo de vinho poderia resolver tudo.

Pensava em contar nossa história
Aos nossos futuros filhos,
Um futuro que existia só para mim.
Fiquei tão limitado a isso
Que nunca pensei em minha própria vida.
Uma desilusão sem igual,
Pois te amava,
Mas isso não foi suficiente para te segurar.

Tentei de tudo,
Sem jamais desistir de você,
Mesmo quando fui inocente
Ao acreditar em mentiras mal contadas.

Quando somos crianças,
Tudo parece alegre.
Mas quando a dor bate à porta
E o ceifador aparece,
As máscaras se tornam a opção mais fácil.

Quando o amor, se é que existiu de verdade,
Ainda pode salvar tudo.
Mas me enganei,
Nada será como antes.

Minha antiga versão,
Aquela que te amava,
Sempre tentou,
Mesmo quando era afastada.
Sempre voltava a ti
Como uma criança correndo
Para os braços do pai,
Sempre te amando.
Que sacrifício bobo.

Sempre obcecado
Por aquilo que não posso manter comigo,
Nunca poderei ser livre
Enquanto meus pés estiverem presos
Ao seu mundo cinza.
Esta vida não é minha,
Nunca foi.

Quadros podem ser pintados
Pelos melhores na arte,
Mas de péssimos corações,
Podem valer algo?
O fogo não combate o fogo,
Senão a água não existiria.

Naquele capítulo anterior a este,
Onde faíscas de fogos de artifício
Saíam do meu sorriso ao te observar,
Agora vejo tudo se destruir.
Essa história mal contada
Deixa feridas que não podem ser fechadas.

Nesta sala cheia de nossos sentimentos,
Não conseguimos mais sequer nos olhar nos olhos.
Que grande complicação trágica.

Mas meu único desejo foi e sempre será,
Em meus sonhos, te amar de graça,
Sem que leve minha alma.
Quando ofereço meu coração,
Nada mais passa por minha mente.
Sua figura está presente,
Mas seu amor pertence a outra pessoa.
Um tempo que confunde minha vida.
Siga sem mim,
Nesta vida, não poderei te acompanhar.

10| Meia-noite Chuvosa (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “Midnight Rain” de Taylor Swift.

Um conto

Eu era como o raiar do sol, ele como o brilho lunar. Todas as meias noites, um conflito que não era mantido sob controle, em busca de um culpado. Uma realidade dura a ser aceita, todo esse tempo, toda uma história que no final se resumia a nada.

Andarilhos circulares, para onde estamos indo? Meus pés já não suportam mais tudo isso. Uma trilha arriscada, nessas madrugadas, à meia-noite, com chuva incessante, tudo se torna um mistério a ser desvendado. Como a luz do sol tenta iluminar esse caminho, mas a lua apenas a reflete em seus próprios interesses. Que bela ela se torna, aproveitadora.

E eu estava apaixonado, qual culpa eu teria em meio a tudo isso? Todo pesadelo, sempre o mesmo, acordando em aflição, às meias-noites. Por que ainda insiste em aparecer neles? Estou sozinho nessa jornada, deveria ter notado.

Ele queria apenas um conforto, mas eu apenas o queria. Onde foi que erramos? Eu brilhava como a luz do sol, hoje uma estrela em colapso. Meu brilho era inútil? Chamando meu nome quando se acabou, eu era o sol, hoje raio a outras faces. Me permita assistir à TV apenas dessa vez, preciso ver essa queda milagrosa.

Duas gotas de lágrimas a rolar, engolindo essa miséria seca. Um respingo de realidade em câmera lenta a se infiltrar por tudo o que observo. Que paciência a minha, algo como a ida à guerra dos tiranos. Algo em mim foi embora aquele dia, pois os parques de diversão hoje já não possuem mais graça.

Longa vida às crianças sonhadoras que foram colocadas contra si mesmas, a quem amam. Um adeus a todos, estou sozinho nessa. Meus amigos seguindo seus caminhos de volta às suas casas, mas para onde eu poderia seguir? Estou sozinho nessa, minha lua a se despedir.

Poesia

Eu era como o raiar do sol,
Ele, o brilho lunar.
Em conflito todas as meias-noites,
Em busca de um culpado, sem alívio.

Uma realidade dura a aceitar,
Toda uma história, um vazio no final.
Andarilhos circulares, perdidos,
Para onde estamos indo?

Meus pés não suportam mais essa trilha arriscada,
Nessas madrugadas chuvosas, à meia-noite,
Tudo se torna um mistério a desvendar,
Enquanto a luz do sol tenta iluminar o caminho,
A lua a reflete em seus próprios interesses,
Belamente aproveitadora.

Eu estava apaixonado,
Qual a culpa em meio a tudo isso?
Pesadelos sempre iguais,
Despertando em aflição, à meia-noite,
Por que ainda insiste em aparecer neles?
Estou sozinho nessa jornada, deveria ter percebido.

Ele queria conforto,
Eu apenas o queria a ele.
Onde erramos?
Eu brilhava como o sol,
Hoje, uma estrela em colapso.
Meu brilho era inútil?
Chamando meu nome quando se foi,
Eu era o sol, hoje, raio a outras faces.
Permita-me assistir à TV apenas desta vez,
Preciso ver essa queda milagrosa.

Duas lágrimas a rolar,
Engolindo essa miséria seca.
Um respingo de realidade em câmera lenta,
Infiltrando-se por tudo o que observo.
Que paciência a minha,
Como ir à guerra contra tiranos.
Algo em mim partiu naquele dia,
Os parques de diversão já não têm graça.

Longa vida às crianças sonhadoras,
Colocadas contra si mesmas, a quem amam.
Um adeus a todos,
Estou sozinho nessa.
Meus amigos voltam para suas casas,
Mas para onde eu poderia ir?
Estou sozinho, minha lua se despede.

11| O jogo final

Seria este o jogo final, o momento decisivo?
O esquecimento milenar, o paradigma definitivo?
Grandes histórias escritas por mim, o escritor sênior,
O gênio, o grande manipulador, disseram com fervor.

Que mentira! A verdadeira vítima, aquele que foi torturado.
Que os jogos comecem! Mais uma vez, no campo de batalha isolado.
Sem âncora a me prender, avanço sem medo do chão.
Atalhos tomados em vão, a história deve ser completa, é só um jogo, afinal.

Sem tempo para morrer, este sonho ultrapassa o tempo.
Você estaria pronto para embarcar neste momento?
Manteremos tudo em segredo, só você e eu, o firmamento.
Você se junta a mim nesse caminho sem retorno?

E no silêncio da noite, quando pensa em mim, amor?
Você se sente excitado? Sente a paixão?
Malícia em meus gestos, te envolvendo devagar,
Para minha cama, o chefão desta trama, a te levar.

Que os jogos comecem, nesta patifaria mundana,
Onde o poder está em minhas mãos, onde a transa se emana.

12| E quando o bonito não é bonito o suficiente? (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “pretty isn’t pretty” de Olivia Rodrigo & “jealousy, jealousy” de Olivia Rodrigo.

Um conto

Será que há algo de errado comigo? Olho para os lados e vejo rostos lindos me dizendo que vai ficar tudo bem. É uma grande fantasia, contos que me dizem, algo como uma miragem para acalmar meu desespero no meio desse deserto mental. Será que eu seria uma pessoa ideal?

Mas e quando o belo e o lindo não são reconhecidos pelos olhos certos? O que eu poderia fazer? Uma busca incessante por aprovações, tentando encontrar uma razão para por que as pessoas secundárias em minha vida são levadas em consideração. Uma comparação constante, nada nunca parece estar bom o suficiente. Por que eu sou assim?

Sempre estragando minha própria vida, uma comparação maçante. Quem poderia me salvar? O que eu poderia fazer na realidade? “Um homem não pode usar maquiagem”, mas o que eu poderia fazer? Se meu rosto nunca está bom o suficiente para agradá-los, tratamentos não me ajudam. Sinto-me morto por dentro, não há mais nada a fazer por aqui. Que frustração eterna.

Desvaneço em minha mente, mortes mentais a cada lembrança de minhas imperfeições. Eu poderia tornar isso uma realidade? Não faria diferença alguma. Pessoas feias nunca são lembradas no final de todas as histórias de contos de fadas. “A princesa e o sapo”, a maior mentira já inventada.

E quando a beleza não for o suficiente? Sempre em frente ao espelho, há algo a ser melhorado. Meus olhos não me perdoam, é uma acusação, uma via de mão dupla. Sempre me xingando, os piores palavrões que nunca foram direcionados aos meus piores inimigos. Eu me condeno e construo minha própria cela. Que aflição, não poder ser bonito o suficiente.

Poesia

Será que há algo de errado comigo?
Olho em volta, rostos lindos vejo surgir,
Dizendo-me que tudo vai ficar bem, um abrigo,
Fantasias que tentam meu desespero acalmar.

No deserto mental, perdido estou,
Será que seria melhor se eu fosse outra pessoa?
Mas quando o belo e o lindo
Não são vistos pelos olhos certos?

O que fazer? Busca incessante por aceitação,
Comparando-me sempre, desafiando minha razão.
Por que sou assim? Estragando minha própria vida,
Em uma comparação maçante, perdida.

Quem poderá me salvar? O que fazer na realidade?
“Um homem não pode usar maquiagem”, dizem.
Mas se meu rosto nunca agrada,
Tratamentos não ajudam, sinto-me morto por dentro.

Desvaneço em minha mente, mortes mentais,
A cada lembrança de minhas imperfeições reais.
Tornar isso real faria alguma diferença?
Pessoas feias, no final, são esquecidas,
Nas histórias de contos de fadas, não têm presença.

E quando a beleza não é o suficiente?
Sempre diante do espelho,
Há sempre algo a melhorar, meus olhos impiedosos,
Uma acusação, uma luta sem fim.

Sempre me xingando, os piores palavrões,
Dirigidos a mim mesmo, sou meu próprio algoz,
Condeno-me, construo minha própria cela,
Que aflição, não ser belo o suficiente.

13| “1692 & 1693” (Um conto + Poesia)

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “Daylight” de David Kushner ou “Down Bad” de Taylor Swift.

Um conto

Eu te digo hoje que não seguirei mais por esse caminho de destruição. Estou a me destruir por você, mas dane-se, amanhã talvez eu não esteja mais vivo. Seguindo você, me vejo encurralado, como se esse fosse meu destino inevitável. Tudo o que sai da minha boca parece uma rebeldia adolescente. Será que tudo isso é apenas um grande pedido de socorro?

Meu céu está escurecendo, aos poucos cegando-me. Na sala de terapia, caminho em direção ao meu decreto final. Ninguém mais pode me salvar, você me destruiu. Esta merda é um fardo que carregamos juntos. Tento conter todo o sangue que foi derramado, mas tudo parece se espalhar.

O isolamento é constante. Não me sinto mais tolerável para uma conversa. Meus olhos tremem ao som da sua voz. Que agonia! Eu era como a luz do dia, luz a esconder minhas falhas, hoje as trevas das madrugadas turbulentas me abraçam. Madrugadas sangrentas, como a lua de 1692 e 1693. Seria essa a minha descrição, uma morte tão real?

Se eu me ajoelhar aos seus pés mais uma vez, suplicando enquanto minhas lágrimas rolam, você teria misericórdia de mim?

Cortamos nossas línguas com a mesma faca com a qual cortamos nossos laços. Ou talvez eu deva cortar meu próprio pescoço. Que belo fim para uma vida tão destruída! Juntando os cacos do meu coração… Que grande tolice a nossa!

Continuo te amando, amando e odiando tudo o que me fez passar. Sentimentos que sufocam, não consigo mais falar, nem mesmo viver sem uma aflição constante. “O que pode acontecer amanhã?” Será que um Betta pode viver mais que uma quinzena?

Poesia

Eu te digo hoje que não seguirei mais
Por este caminho de destruição, sem paz.
Estou a me destruir por você, mas dane-se,
Amanhã talvez eu não esteja mais aqui, é o que parece.

Seguindo você, me vejo encurralado,
Como se esse fosse meu destino, condenado.
Tudo o que sai da minha boca
Parece uma rebeldia adolescente, uma ferida que você ainda toca.

Será que tudo isso é apenas
Um grande pedido de socorro, um grito que não tem fim?
Meu céu está escurecendo, aos poucos cegando-me,
Na sala de terapia, caminho em direção ao meu decreto final.

Ninguém mais pode me salvar, você me destruiu,
Esta merda é um fardo que carregamos juntos, se foi o que construímos.
Tento conter todo o sangue que foi derramado,
Mas tudo parece se espalhar, um caos já instaurado.

O isolamento é constante, não me sinto mais tolerável
Para uma conversa, para o mundo sou invisível.
Meus olhos tremem ao som da sua voz, que agonia!
Eu era como a luz do dia, escondendo minhas falhas com maestria.

Hoje as trevas das madrugadas turbulentas me abraçam,
Madrugadas sangrentas, como a lua de 1692 e 1693,
Seria essa a minha descrição, uma morte tão real?
Se eu me ajoelhar aos seus pés mais uma vez, suplicando enquanto minhas lágrimas rolam, você teria misericórdia de mim?

Cortamos nossas línguas com a mesma faca,
Com a qual cortamos nossos laços, não há mais nada aqui.
Ou talvez eu deva cortar meu próprio pescoço,
Que belo fim para uma vida tão destruída, que grande desgraça, uma pena…

Juntando os cacos do meu coração, que grande tolice a nossa!
Continuo te amando, amando e odiando tudo o que me fez passar,
Sentimentos que sufocam, não consigo mais falar,
Nem mesmo viver sem uma aflição constante, uma dor sem parar.

“O que pode acontecer amanhã?”

Será que um Betta pode viver mais que uma quinzena?
Tantas perguntas sem resposta,
Neste mar de incertezas, onde minha mente ecoa, onde me permiti à toa.

14 — Faixa Bônus| Homem Infeliz (Décima quarta obra) Miserable Man — David Kushner

Para uma experiência imersiva dentro do conto e da poesia, recomendo que leia enquanto escuta: “Miserable Man” de David Kushner.

Um conto

Lugares que me foram mostrados, cego pela minha infelicidade, uma amargura que dói. Seria eu um homem sem mais nada a oferecer? Um ladrão de olhos verdes levou tudo o que eu tinha. Tornei-me um miserável a vagar por aí, olhos que me encontram, mas minha cabeça não possui mais forças para se erguer e encarar novos olhos.

Queria ter a paciência para te esperar, mas nem mesmo Deus poderia ter uma paciência tão vasta e oportuna quanto a que você me ofereceu. Será que nossos filhos, que existem apenas em minhas memórias hoje apagadas, pensariam em nós? Eles eram felizes, eu os via. Hoje, essa dor, essa saudade adoece meu coração. Não posso amar novamente.

Guardo memórias filmadas nas prateleiras do meu guarda-roupa, mas há meses que não as abro. Nem sequer consigo mais encarar meu rosto no espelho. Estou vivendo os piores dias que alguém pode imaginar, em um estado miserável. Por que meu coração insiste em lamentar? Que miséria dolorosa.

Como fomos daquela certeza mágica para sermos estranhos? Um a seguir em frente e o outro a se afundar nas merdas que carregou sozinho. Que homem tolo eu sou, miserável, sem mais um futuro a construir, porque todos os meus foram formados enquanto você estava ao meu lado. Agora, o que resta? Com você, tudo se foi.

As marcas dos cigarros que você apagou em mim permanecem no mesmo lugar, uma lembrança que permito existir para que me lembrem de quem você foi. Marcas que não me permitem mais retornar aos seus braços, algo atemporal, como a chuva que disfarça minhas lágrimas, pois sou apenas um homem miserável sem o seu amor. Velho amor que, em uma versão anterior, ficou.

Poesia

Lugares que me foram mostrados,
Cego pela minha infelicidade, por ti.
Um ladrão de olhos verdes levou tudo,
Tornei-me um miserável a vagar, sem destino.

Olhos que me encontram, mas minha cabeça,
Não possui mais forças para se erguer,
Encarar novos olhos, seguir em frente,
Que miséria dolorosa, que amargura me consome.

Queria ter paciência para te esperar,
Mas nem mesmo Deus poderia ter tal vasta e oportuna,
Será que nossos filhos, apenas memórias hoje apagadas,
Pensariam de nós, eles eram felizes, eu os via.

Hoje, essa dor, essa saudade adoece meu coração,
Não posso amar novamente, vivo em aflição.
Memórias filmadas guardadas no guarda-roupa,
Meses se passaram, não consigo mais abri-las.

Não posso encarar meu rosto no espelho,
Vivo os piores dias, em um estado miserável.
Por que meu coração insiste em lamentar?
Com você, tudo se foi, que miséria dolorosa.

De uma certeza mágica, nos tornamos estranhos,
Um seguindo em frente, outro afundando sozinho.
Que homem tolo eu sou, sem futuro a construir,
Todos os meus foram formados enquanto você estava aqui.

As marcas dos cigarros que você apagou em mim,
Permanecem, lembrança do que fomos,
Marcas que não me permitem retornar aos seus braços,
Apenas um homem miserável, sem o seu amor.

Velho amor, em uma versão anterior, ficou,
E eu, um homem miserável, sem mais o que construir.

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