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And I? I will love you until the light that dwells within me departs along with my spirit that has perpetuated for you.

Victor Carvalho
17 min readMay 23, 2024

Contos e poesias a escancarar minha vida de ponta cabeça. Apenas observe esse belo circo montado.

14 Faixas + Bônus
Lista das faixas:

01| Eu sou o problema
02| 1 Passo para frente e 3 para trás
03| Estranhos por natureza
04| Estou tão deprimido
05| Mamãe
06| Estávamos no inicio da colina
07| Você não consegue se lembrar?
08| Siga as batidas de meu coração
09| Nada é atraente
10| Papai
11| Eu estou te perdendo
12| Tudo o que eu queria
13| Die for you
14| O primeiro
Bônus| Esse sou eu

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Nunca Me Senti Tão Sozinho.

Você me ama, mamãe?

The 01| Eu sou o problema

Estive repensando sobre suas atitudes e nossa história, e sigo a chorar novamente. Seria eu o grande problema desta relação? Sim, meu bem, talvez eu seja. Se meus amores quentes e sempre tão reais fossem mais gelados, eu nunca teria assustado meu namorado.

Chorando por todos os cômodos desta casa que me aprisiona e me torna tão pequeno, uma tristeza jamais vista antes. Eu poderia ser feliz novamente com meus amigos? Seguindo-os, mas nunca sendo visto. Vida que segue, e meu homem imaginário não se lembra mais de mim.

Nosso passado era belo, como dois olhares apaixonados, fogo cruzado, dentro de um carro vermelho nesse grande filme clássico de cinema. Éramos felizes, crônicas magníficas, um estado de graça completo. Onde eu me encontrava? Um toque, um foco em seu cabelo no bater do vento, um final de semana inesquecível. As consequências de nossas negligências pareciam nunca vir, mas essa alegria sem medo pode se tornar algo perigoso.

Apenas me deixe afundar aqui, sozinho. Sinto-me mais confortável sem outra mão a me tocar, algo como uma grande escuridão a me acompanhar, afastando tudo de mais precioso. Meu sangue poderia estar amaldiçoado eternamente?

Meu amor por ti nunca pode ser pequeno, apenas uma gota, uma constelação a se formar. Seus olhos abertos me lembram a grande floresta de nossa nação. Eu te amo e sigo a te amar, uma caixa de surpresa que minha mente me mostra todos os dias. No raiar do sol, uma história de encanto feliz contigo.

Poderíamos voltar ao passado quando tudo ainda era calmo e sereno? Se voltássemos ao início de nossa história, ainda poderia haver algo a ser salvo hoje? Talvez a mim, mas assim minha poesia não floresceria. Apesar dos pesares, nada por ti esfriou, mas você já não tolera mais.

Eu sou o grande problema, meu amor seria o grande problema. Meus pensamentos sempre os mesmos, em busca de mudança, mas apenas a depressão me molda, me tornando tão triste e sensível ao mundo. Eu poderia ser diferente? Eu estou doente.

“Quando me enxergar chorar pelas frestas do universo que formamos, lembre-se: você ainda mora em meu coração.
Quando puder sentir meu fôlego nas entrelinhas de belos livros, lembre-se que estou a rogar por sua segurança.
Quando meus gritos cruzarem o oceano que existe entre nossos estados tão opostos, veja em sua mente minha forma a clamar por retorno.
Quando sentir a terra tremer, erga suas mãos aos céus, pois por ti eu mudo a forma desta terra.

Eu te amo.”

Poesia

Estive repensando sobre nossas atitudes, nossa história,
Sigo a chorar, revivendo nossa memória.
Seria eu o grande problema desta relação?
Sim, meu bem, talvez eu seja a razão.

Se meus amores quentes fossem mais gelados,
Nunca teria assustado meu namorado.
Chorando pelos cômodos que me aprisionam,
Uma tristeza jamais vista, que a tudo domina.

Poderia ser feliz novamente com amigos,
Seguindo-os, mas sempre invisível, sem abrigo.
Vida que segue, meu homem imaginário se foi,
Nosso passado belo, em cinzas se repousou.

Dois olhares apaixonados, fogo cruzado,
Dentro de um carro vermelho, um clássico encantado.
Éramos felizes, crônicas magníficas,
Um estado de graça, sem consequências específicas.

Um toque, um foco em seu cabelo no vento,
Um final de semana inesquecível, puro encantamento.
Mas a alegria sem medo pode ser traiçoeira,
As consequências das negligências, uma espera derradeira.

Deixe-me afundar aqui, sozinho e apartado,
Mais confortável na escuridão, sem ser tocado.
Afastando tudo de mais precioso, amaldiçoado talvez,
Meu amor por ti, uma constelação que sempre se fez.

Seus olhos abertos, uma grande floresta a brilhar,
Eu te amo e sigo a te amar, surpresa diária a me encantar.
No raiar do sol, uma história feliz contigo,
Voltássemos ao passado, poderia ser nosso abrigo?

Poderia haver algo a ser salvo hoje,
Talvez a mim, mas a poesia não floresceria, como o aço que forje.
Nada esfriou por ti, mas tua tolerância se esvai,
Eu sou o problema, meu amor é o que te trai.

Pensamentos sempre os mesmos, busca de mudança,
A depressão me molda, torna-se minha dança.
Poderia ser diferente? Estou doente, sou frágil,
Meu amor é profundo, mas te causa um arrepio ágil.

Quando me enxergar chorar pelas frestas do universo,
Lembre-se: ainda moras em meu coração, em meu verso.
Quando sentir meu fôlego nas entrelinhas dos livros,
Rogo por tua segurança, em momentos vivos.

Quando meus gritos cruzarem o oceano entre nós,
Veja minha forma a clamar por retorno, em sua voz.
Quando sentir a terra tremer, mãos ao céu, erga,
Pois por ti, mudo a forma da terra, com minha entrega.

Eu te amo.

02| 1 passo para frente e 3 para trás

Por que, no final de um tardio domingo, tudo pode se tornar tão claro aos olhos formados pela cor azul do mundo?

Eu tento aguentar firme tudo que está acontecendo, mas nada atinge minhas expectativas como ele atingiu meu céu um dia com apenas um belo e desastroso toque em meu rosto. Enquanto me mostrava o mundo à sua forma e gosto, nada mais saiu das paredes que abrigam minha mente. Nada, pois, como uma tatuagem, lá ficou registrado.

Eu poderia dizer a mim mesmo enquanto sua figura retorna a mim sempre após aquela mesma despedida. Poderia ser alguém que eu não sou, colocar uma bela máscara e apenas seguir em frente, mas tudo valeria a pena?

É sempre complicado alguém me amar da forma que sou. Sempre sigo tropeçando e as pessoas se afastando de mim. Seria isso vergonha? Não escolhi nascer desta forma. Que grande complicação.

As batalhas sempre cansam, e nada além de mim pode me levantar, pois ninguém nunca está por perto quando começo a me afogar e os tubarões aparecem. Sem nada a registrar, não posso me defender mais, pois minha vida sempre foi assim. Uma fuga não é uma opção. Sem uma casa para me abrigar, às vezes apenas a solidão é capaz de confortar o mesmo coração que foi partido pelo mesmo que, paradoxalmente, me dá forças.

Um pequeno ser eu me torno neste grande conflito para encontrar quem eu sou, a quem eu pertenço, aguentando firme toda essa merda. Não tenho mais paciência para testes de minha integridade. Não quero mais ter que mostrar minha face após cada tapa que recebo. Minha represa um dia irá ceder, e nada mais neste mundo poderá me impedir.

E quanto mais eu tento, quanto mais digo a mim mesmo que não pensarei e lhe amarei, mais me sinto regredir. Toda vez, sempre um passo para frente e três para trás, um regresso de sentimentos a dominar tudo que é sagrado nesta sala. Apenas leve suas memórias junto ao seu corpo quando partir desta vez. Não deixe resquícios de minha derrota para trás. Atreva-se.

03| Estranhos por natureza

No meu enterro, você aos céus gritando,
Implorando por mim, meu nome clamando,
Somos estranhos de novo, a vida nos empaca,
Tocar-te é um sonho, a natureza nos tranca.

Em vida, te mostrei sentimentos tão claros,
Singelos, puros, porém nunca avivados,
Estranhos por natureza, assim somos nós,
Sem correspondência, meu grito se fez voz.

Não traga mais flores, irão perecer,
Fantasmas me seguem, Deus quis assim ser,
Negam teus gestos, saudade em vão,
Se eu não existisse, tudo em conclusão.

O branco da paz acalma meu peito,
Mas tua loucura em meu ouvido, é feito,
Distintos, buscavas algo que não há,
Eu só queria meu coração te entregar.

Versões de mim em tua mente se formam,
Confusão danada, reais se transformam,
Te observo por horas, tento te manter,
Mas nada é eterno, nem nosso viver.

Estranhos por natureza, teu coração nega,
Quando na tua porta meu amor se apega,
Agora em meu enterro, não chame mais meu nome,
Deixe-me descansar, no silêncio que consome.

Nada foi como um dia sonhei,
Apenas lamento o que não realizei,
Deixe-me em paz, permita-me ir,
No descanso eterno, meu espírito a sumir.

04| Estou tão deprimido

Essa sala onde me escondo, noite após noite,
Um museu se tornou para os sentimentos mal interpretados,
Quadros expõem desejos de um coração partido,
Eu mesmo os coloquei lá, em dias marcados de vermelho.

Todos os dias são quartas de tristezas,
Dançando sobre os cacos do meu coração,
Meus pés sempre saem feridos,
Numa constante e dolorosa canção.

Siga o ritmo sorrindo, é o que esperam de você,
Mesmo deprimido, ignore o seu sentir, seja louco,
E quando o tiro vier ao peito,
Tire sua vida com bom humor, sem a ninguém interferir.

Nada importará depois, o ritmo continuará,
Junho é poético, um mês sem razão,
Desperdiço mais um ano na cama,
Meu aniversário, convergência de caos e solidão.

Sonhei com momentos legendários,
Mas o soldado no campo esquecido,
Sua vida lançada aos lobos,
Por homens, sem escolha, foi perdido.

Nada lendário como aquele garoto,
Da terra ao inferno vou vagar,
Um zumbi sem rumo, sem propósito,
Nada mais resta, apenas andar.

Seja um bom garoto, sem escolhas,
Aclamado por quem não se importa,
Seja a melhor versão todos os dias,
E a morte precoce, talvez, conforta.

Será que serei lembrado pela minha arte?
Ou será minha história apenas ruína?
Como corações apaixonados, predestinados,
A serem destruídos no final.

05| Mamãe

Meu pedido é um amor sem restrição,
Seria mais fácil se adultos agissem com razão,
Eu era apenas uma criança assustada e sem norte,
Com um coração frágil, rebelde e sem suporte.

Não há mais ouro nesse rio para ser salvo,
Nosso silêncio é a resposta que devemos ouvir,
Não podemos seguir sem o consentimento
Do Deus que adoram, com fervor e tormento.

Ignorância que faz meu peito arder,
Minhas perguntas sem resposta a me corroer,
Talvez as respostas já foram entregues
Quando a morte em minha direção segue.

Eu era apenas uma criança, inocente e perdida,
Mamãe, me odeias por ser quem sou na vida?
Uma chance, um plano, veja quem sou agora,
Dessa vez, não me deixe partir, me acolha sem demora.

Meu sonho sempre foi poder voar livremente,
Mas essas correntes me prendem constantemente,
Quando se é criança, seus pais são seu abrigo,
Mas podem se tornar um pesadelo antigo.

Agora, desejo um amor sem olhar a quem,
Ser adulto é agir com empatia também,
Eu era apenas uma criança, desbravando o mundo,
Com um coração frágil, em sentimentos me afundo.

Mamãe, não me odeie por ser quem sou,
Dê-me uma chance de mostrar quem realmente sou,
Meu sonho é voar, alcançar o infinito,
Mas preciso que soltes essas correntes, sem hesito.

Os pais são refúgio, segurança, abrigo,
Mas às vezes se tornam pesadelo, inimigo,
Quero encontrar meu lugar, minha paz verdadeira,
Sem as cordas que me prendem essa terra sem estribeiras.

06| Estávamos no inicio da colina

Conto

Te segurando e amarrando cada vez mais forte, suas tentativas de me afastar são evidentes a cada vez que me aproximo. Fecho os olhos, ignoro os sinais, talvez assim seja mais fácil suportar. As rachaduras que infiltravam nossa casa não são mais apenas rachaduras, tudo está inundando, mas me nego a enxergar a realidade como ela é.

Minhas costas estão se partindo ao meio, meus músculos corroem a cada movimento. Escalando por dois, ainda no início da colina, sei que não posso me manter para sempre. Os conflitos são internos e externos, meu senhor, por favor, me ajude.

Estou livre e preso ao mesmo tempo, pois esse moletom laranja que tanto elogiou ontem estava tão sujo de sangue. Meus ossos estão gelados, sinto dor por dentro. Nada mais se sustenta, não posso dizer adeus, mas você se mantém presente até mesmo em meus melhores sonhos.

Quando fui golpeado por você, quanto tempo achou que eu poderia suportar? Você conseguiria encontrar alguém mais forte do que eu? Espero que sim.

Talvez, se eu não tivesse segurado essa porra com tanta força, minhas mãos não teriam sangrado tanto. Agindo sempre como se eu tivesse te esquecido, mas que grande ilusão.

Eu não escolhi nada disso, mas a você meu tempo foi dedicado. Que tragédia, tanto amor foi dado. Apenas me toque como na primeira vez, há tempos atrás, quando era maior e bela. Hoje, apenas pequena e frágil, que tristeza.

Poesia

Te segurando e amarrando cada vez mais forte,
Tentativas de me afastar, evidentes, à minha sorte.
Fecho os olhos, ignoro os sinais visíveis,
Talvez assim seja mais fácil suportar os indizíveis.

Rachaduras que infiltravam nossa casa, inundação,
Nego enxergar a realidade, uma triste ilusão.
Minhas costas partindo, músculos corroendo,
Escalando por dois, na colina ainda me mantendo.

Não posso me sustentar para sempre, conflitos sem fim,
Internos e externos, meu senhor, olhe por mim.
Livre e preso ao mesmo tempo, paradoxo cruel,
Esse moletom laranja, sujo de sangue, um véu.

Meus ossos gelados, dor interna a consumir,
Nada mais se sustenta, não consigo partir.
Você está presente até nos meus melhores sonhos,
Quando por ti fui golpeado, suportei medonhos.

Quanto tempo achou que eu poderia aguentar?
Você acharia alguém mais forte, para me superar?
Espero que sim, pois minhas mãos sangram de tanto segurar,
Agindo como se te esquecesse, que ilusão a nos cercar.

Não escolhi nada disso, mas a ti meu tempo dediquei,
Que tragédia, tanto amor em ti depositei.
Apenas me toque como na primeira vez,
A tempos atrás, maior e bela, hoje frágil, só tristeza a fez.

07| Você não consegue se lembrar?

Quando poderei a ti chamar de amor mais uma vez?
Ao anoitecer, a quem poderei chorar de cansaço?
Lembre-se quando arranquei meu coração, de uma só vez,
Para te confortar, mesmo com meu mundo em pedaços.

Caminhando para fora deste devaneio,
Posso te esperar, mas não mais aqui,
Minha cabeça pesada, memórias que carreguei,
Pesos que me seguem, por onde for, sem mais.

Você não lembra da razão, do bater forte do coração?
Agora preciso de sua ajuda, em meu afastamento.
Complexidades te cercam, cabeça erguida, olhos frios,
Sou eu uma praga, meu velho amor, nos momentos gentis e gentios?

Figura de luz, de carinho eterno,
Acolhimento, sinto falta como se faltasse um membro,
Você me complementou, meu amor, e agora tudo é inferno,
Nada faz sentido sem teu abraço, sem nossa primavera.

Mantive-me longe, para que pudesse repensar,
Mas nenhuma resposta veio, desde que se foi,
Agora sou eu que não posso mais respirar,
Sem você aqui, tudo me dói.

Quando poderei chamar-te de amor outra vez?
Ao anoitecer, com quem chorarei de cansaço?
Lembre-se do meu coração arrancado, tantas vezes,
Para te confortar, mesmo quando tudo era escasso.

E agora, preciso de ti,
Mas você se foi, e aqui estou,
Esperando, sufocando, sem respirar, sem sorrir,
Meu amor, sem você, tudo se desmoronou.

08| Siga as batidas de meu coração

As placas que sustentam este lugar tremem,
A cada batida de meu coração, você pode escutar?
Ele dita seu nome em cada som que emana,
Sinta meu amor pelo ar, até seus ouvidos alcançar.

Seja quem me levará aos céus, por favor,
Sou um miserável de alma, buscando teu amor,
Apenas seu beijo pode me salvar dessa dor,
Que consome minhas noites, ano tão tardio.

Imagine essa sala pegando fogo, meu ardor,
Minhas palavras se espalham, um grande calor,
A ti cercar, meu garoto, posso te manter perto,
Com meu sussurrar, ouça, não fique desperto.

Desde minha queda, seus olhos me encaram,
Jamais os esqueci, mesmo nas noites que me calam,
Sinta meu calor, vamos rolar nas profundezas,
Desse sentimento incerto que preenche seus sonhos.

Transformar dúvidas em algo lindo a admirar,
Grande batida, estações mudando a nos guiar,
Escalando mentiras, duas almas em comunhão,
Somos dois corpos, mas uma só mente em ação.

Venha comigo, deixe a tristeza para trás,
Sinta meu amor, deixe-se levar pela paz,
Dessa vez, ouça o que tenho a dizer,
E talvez, finalmente, possamos vencer.

Juntos, enfrentaremos as tempestades da vida,
Seja meu consolo, minha força em cada batida,
Porque, meu amor, somos mais fortes unidos,
Dois corações, uma só mente, em sonhos refletidos.

09| Nada é atraente

E se nada do que mostro for atraente, o que devo fazer?
Nunca fui profissional em manter padrões a cumprir,
Meu rosto, meu corpo, que o mundo não quer ver,
Serei feio para sempre, sem um olhar a me admitir?

Minha luz interna, personalidade vibrante,
Um jovem apaixonado pela arte, mas corroído
Por uma estética imaginária, cruel e constante,
Por que isso seria tão importante, e não só um rumor corrompido?

Quando eu morrer, apenas meus dentes restarão,
Enlouquecendo com opiniões sobre beleza alheia,
Pensamentos me consomem, espelho é maldição,
“Eu serei feio para sempre?”, a pergunta que vagueia.

Mas será que alguém poderia me amar assim,
Sem a atração superficial que todos parecem buscar?
Não mesmo, digo a mim, enquanto afundo nesse mar,
Vida moldada em busca de um sonho sem fim.

Plásticas podem me matar, mas o amor verdadeiro,
Poderia salvar a minha vida, doce mãe, o que fazer?
Nada é confidencial, redes expõem o mundo inteiro,
Mentiras filtradas, beleza digital a prevalecer.

Um dia poderei ser como eles, tão perfeitos, tão amados?
Tantas dúvidas me cercam, mas ninguém me amou como sou,
Não poderei mudar meu rosto, por mais que esteja fadado,
A viver num mundo onde só o exterior importou.

Minha luz interna, que seja o farol,
Para um amor que veja além da pele e dos traços,
Pois quem sou por dentro é meu maior papel,
E isso, mãe, é o que realmente abraça e faz laços.

10| Papai

Nossos traços, apenas físicos, seriamos pai e filho?
Encare meu rosto, sou apenas uma criança, um filho ferido,
Condenado por suas palavras de maldição,
Se me deitar com outro homem, ainda teria seu sangue em minhas veias? Provavelmente não.

Coloque suas mãos sobre a cama, reflita,
A quem faz “justiça” trazendo um amor cruel,
Meus hematomas não ficaram apenas na pele aflita,
Meu estômago, minha mente, em pedaços.

Você diz que me ama, mas aquele dia de ódio fala ao contrário,
Deseja meu bem, mas pulsos mal cortados revelam segredos,
Que nega a enxergar, como um véu sombrio e necessário,
Eu era inocente, só queria amor, mas vi seus medos.

Um amor que arruinou minha vida, sem cor,
Desde a guerra dos tiranos, meu lar virou dor,
Transformado nessa figura azul, ferida e cansada,
Eu os amo, mas amor sozinho não cura a jornada.

Não voltarei aos seus braços, não posso me ferir novamente,
O menino amaldiçoado, mas agora, livre, segue em frente.

11|Eu estou te perdendo

Por milhares de anos, eu poderia te segurar,
Cobriria o sol com minhas costas a queimar,
Para te proteger, te adoraria dia após dia,
Secaria suas lágrimas com minhas vestes, amado meu.

Desejo seu amor, mesmo sentindo-te partir,
Olhe nos meus olhos, mergulhe, ouça o que têm a dizer,
Sua beleza avassaladora, meu coração a conduzir,
Mas por que, com você, ainda me sinto a sofrer?

Não quero te perder, desfaça essa expressão,
Minha intenção nunca foi te incomodar,
Nada nos manterá longe, acredite, minha razão,
Apenas me dê mais uma chance de meu amor te mostrar.

Você nunca firmou nada entre nós, uma aliança ausente,
Mas nada importa se retornar e falar que ama de verdade,
Por ti passaria fome, sede, olhos comidos por vermes decadente,
Nada seria o bastante, te esperando na nesta saudade.

Sempre a te encarar, tempestades em meus olhos,
Grande neblina em meus pensamentos,
Te mantendo junto a mim, mesmo nos piores dias,
Me abrace, sou torturado por você, em todos os momentos.

Fui chicoteado para mostrar minha força ao amanhecer,
Lancei-me no deserto, resistindo à seca das suas palavras,
Mas nada foi o bastante, você partiu sem dizer,
Enquanto encarava meus olhos, pare, diga que são mágoas.

Eu estou te perdendo, e isso se torna claro,
Mas ainda, por milhares de anos, te adoraria,
Mesmo que a dor fosse meu caro fardo,
Ainda, por ti, minha alma choraria.

12| Tudo o que eu queria

Por um breve momento, em seus olhos vi um vulcão de incertezas,
Mas como enxergar a lógica quando meu coração fala mais alto?
Nada poderia fazer, nas tardes de revolta, minhas fraquezas,
E nas madrugadas de prantos, o descanso se torna exausto.

Tudo o que queria era o que lhe foi dado,
Eu te espero, e esperarei até o fim da vida,
Nunca quis dinheiro, só alguém ao meu lado,
Que apreciasse minha companhia, sem forma se tornou.

Você segue assim, me fodendo, sem compaixão,
Segure minha mão e me resgate deste lugar,
Onde fui posto naquela antiga ilusão,
As ruas até você hoje são escuras de se perder.

Tento acompanhar sua fraca luz, mas me perco,
Em minhas próprias conclusões, então que se foda,
Tudo isso que nos separa, essa barreira tão densa,
Pois no fundo, só queria estar contigo.

Segurando sua mão, enfrentando a escuridão,
Mesmo que o caminho seja cheio de incerteza,
Tudo o que mais quero é sua pura afeição,
E que juntos possamos superar qualquer solidão.

13| Die for you

Marked on its walls, eternal words,
In our twin hearts, in this sweet home,
I repeat to you like a beautiful folk song playing,
For love, I would die for you, yes, sincerely.

Don’t tell me my choices, actions, or words are too much,
I am my true self when I tell you this complete truth,
I could not lie to you, love, in my mornings and evenings,
You are my sunrise, my world in reality.

Not even the distance from the moon to Saturn would separate us,
Everything defines us as beautiful, with no dictionaries to follow,
An unparalleled synchronicity, communication in harmony,
See everything around you, all revolving for you.

Notice the words that come directly from my heart,
You are perfect, yes, perfect for me and always will be,
Taking you on my horse to the most beautiful mountains, in communion,
Our beautiful union is tattooed on my chest, shining bright.

14| O primeiro

O primeiro, uma lenda em meio às minhas personalidades noturnas,
Exaltado desde o rei até os plebeus, que grande homem foi,
No início de tudo, onde meu amor era ingênuo, mas que consideração,
O primeiro, o amor da minha vida, aguentar migalhas em tamanha ternura.

Para mim, eram as maiores demonstrações de amor possíveis,
Um belo príncipe, diferentes mas iguais, ligados por um amor maior,
Um lado que se revelou por dois, que amor magnífico, indizível,
O primeiro, gestos jamais vistos, um beijo que faz alguém se apaixonar?

Acho que sim, mas nada em você era original,
Um plágio ambulante, seja você nessa realidade em que vive,
Não estamos morando debaixo dos seus problemas, nunca foi minha culpa,
O primeiro a romper meu coração, nada poderia ser sobre você, afinal.

No mundo em que vivemos, jamais poderia ser o centro do universo,
Pois nada mais estaria certo, mas em meus sonhos, bom, talvez.
O primeiro a me mutilar por todos os lados, a me fazer chorar até o fim,
A garganta fechar, olhos a secar, pela falta de lágrimas, imensa dor.

O primeiro a me fazer querer morrer como um escravo torturado,
O primeiro a me fazer implorar por ajuda, a perder a fé no que eu mais admirava,
Parabéns, você é o primeiro em minha vida, marcado,
O primeiro a deixar uma cicatriz tão profunda, tão clara.

Bônus| Esse sou eu

Água sou, em diferentes estados de espírito transito,
Flexível e perigoso como o mar, cura e perigo sutil, eu contenho.
Bola fria e escura em sombras me envolvo,
Mas também fogo ardente, calor que emano de minha alma.

Corajoso enfrento a vida, batalhas domino,
Mas frágil, busco compaixão em cada caminho.
Renegado, excomungado, ovelha negra, sou,
Por escolhas alheias, o destino me fez “doutrino”.

Culpado sinto-me, pela dor que não causei,
Mas aprendo, mudo, sou essência que se recria.
Gelatinoso ser, em constante mudança,
Amo e odeio, sou o que o mundo me ensina.

Doce como rosa, amargo como fel,
Um apartamento de sentimentos, cada cômodo, um papel.
Não me defino, sou o reflexo do que amo,
De mim mesmo, um mistério, em cada canto, um clamor.

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